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Gente amiga das CEBs,
Mais uma vez o Iser Assessoria tem uma boa notícia para compartilhar com vocês.
Conseguimos colocar mais 5 filmes disponíveis no youtube. Eles fazem parte de uma coleção sobre Teologia da Libertação, que fizemos na virada dos anos 80 para os anos 90. Os links seguem abaixo e também podem ser encontrados em nossa página na internet: www.iserassessoria.org.br .
Em 1989 houve um encontro de diversos teólogos da libertação no Brasil, para tratar dos rumos daquela coleção da editora Vozes Teologia e Libertação. Aproveitamos a ocasião para gravar entrevistas com estes patriarcas da teologia produzida em nosso continente. Faustino Teixeira foi o responsável pelas entrevistas e pela edição do material, em colaboração com o jornalista Xico Teixeira. Daí surgiram 4 filmes, um deles sobre espiritualidade, em que se destaca a contribuição de Jon Sobrino (El Dio de los pobres). O segundo sobre eclesiologia (Igreja de los Pobres). O terceiro sobre a Palavra de Deus (Bíblia: Deus Vivo). O quarto sobre os encontros e desencontros culturais no processo de evangelização (Uns e Outros: o desafio da inculturação).
Cada um destes filmes têm cerca de 30 minutos. Eles revelam as intuições iniciais, as ideias centrais da teologia gestada a partir das inovadoras experiências eclesiais realizadas em nossa América. Os entrevistados falam em português e em espanhol. Não há legendas, mas as condições de gravação foram muito favoráveis, em um local tranqüilo, e os de língua espanhola foram convidados a falar pausadamente.
É possível compreender perfeitamente a riqueza que querem nos transmitir.
Fecha o conjunto o filme Nossa América, dirigido pelo cineasta Silvio Da-Rin, que traça um panorama da América Latina, as contradições e potencialidades deste território em que uma teologia tão original surgiu e se desenvolveu. Totalmente produzido a partir de imagens previamente gravadas, este filme envolveu um cuidadoso trabalho de pesquisa e de edição. É narrado em português. Este filme foi produzido também para contribuir na preparação do 7º. Encontro Intereclesial, realizado em Duque de Caxias (RJ), e que teve como tema a América Latina. Esta situação hoje tem aspectos muito diferentes, mas é um documento histórico que nos ajuda a compreender as condições que possibilitaram a emergência da Teologia da Libertação.
Esperamos que possam saborear estes filmes e que eles contribuam para fortalecer o seu compromisso com as CEBs neste início de século XXI.
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Artigo
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Vídeos Teologia da Libertação
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CEBs e desafios do mundo contemporâneo
CEBs e desafios do mundo contemporâneoAs comunidades eclesiais de base (CEBs) constituem uma das mais significativas experiências da Igreja Católica na América Latina. Elas surgiram num conjunto de iniciativas pastorais que repercutiram o Concílio Vaticano II em nosso continente. O Concílio apontava para três grandes desafios: a descolonização, pedindo que cada Igreja superasse o predomínio europeu e revelasse seu próprio rosto; a descentralização, pedindo que surgissem instâncias de comunhão e participação; e a desclericalização, que convocava o protagonismo dos leigos e leigas para a missão. Ao longo dos últimos 50 anos, as CEBs viveram esse sonho conciliar, através de um “novo modo de ser Igreja” gestado numa dinâmica que parte da proposta de uma Igreja Povo de Deus, congregando gente que se engaja no seguimento de Jesus para a missão evangelizadora.Os bispos latino-americanos, no Documento de Aparecida, afirmam que as CEBs são “escolas que tem ajudado a formar cristãos comprometidos com sua fé, discípulos e missionários do Senhor, como testemunhas da entrega generosa, até mesmo com o derramar do sangue de muitos de seus membros”(DAp 178).Hoje, existem milhares de CEBs espalhadas pelo Brasil, e seus membros continuam engajados nas transformações da Igreja e da sociedade local e nacional. Passados 50 anos da convocação do Vaticano II, é importante perceber os grandes desafios que se apresentam para a Igreja neste início de século, e as interpelações e reflexões sobre como orientar a caminhada das comunidades em sua ação pela transformação do mundo em fidelidade à proposta de Jesus.As CEBs são um bom exemplo para quem busca relançar, retomar e reanimar o espírito conciliar na Igreja Católica. Esta é, sem dúvida, a melhor maneira de celebrar os 50 anos do Vaticano II.Ao longo da caminhada, a atuação das comunidades tem sido apoiada por uma rede de assessores e assessoras, pessoas que têm um conhecimento específico sobre diferentes temas e que colocam esse saber a serviço da caminhada das comunidades. O surgimento de novas gerações de assessores e assessoras, agentes de pastoral e animadores de comunidade exige um esforço continuado de formação dessas pessoas para melhor desempenhar suas tarefas e ajudar as CEBs neste caminho reflexivo e em suas práticas religiosas e sociais.Tendo em vista essa necessidade, uma parceria entre o Iser Assessoria e o Setor CEBs da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB promoveu, ao longo de 2011, quatro Seminários para assessores e assessoras de CEBs, reunindo cerca de 100 pessoas de todos os 17 regionais em que o país está dividido pastoralmente.Concluindo esse projeto, resolvemos reunir numa publicação os artigos dos diversos peritos e peritas presentes nos seminários.A primeira parte traça a caminhada histórica das CEBs, desde o Vaticano II (1962-1965) até Aparecida (2007). As contribuições de José Oscar Beozzo e de Daniel Higino reconstroem essa trajetória cheia de avanços e percalços. Dentro desse panorama histórico, as CEBs deixaram sua marca nos sucessivos Encontros Intereclesiais. O Pe. Alfredinho, com sua contribuição, partindo da imagem do trem das CEBs, mostra o encadeamento dos temas que devem animar a caminhada das comunidades através de sugestivas “estações” em que o trem deve fazer suas paradas de reabastecimento. Completando essa parte, o artigo de Josenildo Francisco de Lima aborda o momento de crise das CEBs, com o sugestivo subtítulo “Entre a perseguição e o martírio por fidelidade aos pobres”.A segunda parte trata especificamente do assunto do seminário. Sérgio Coutinho e Solange S. Rodrigues, a dupla que organizou e animou os seminários, escrevem sobre a identidade e a diversidade das CEBs diante do atual quadro sociopolítico e eclesiástico. Completa essa unidade o testemunho vivo que nos é dado por Mercedes de Budallés sobre a identidade e a diversidade presentes na vida das CEBs do Centro-Oeste.A terceira parte reúne uma série de artigos sobre os desafios do mundo contemporâneo que interferem na vida e na organização das CEBs. Ivo Lesbaupin nos coloca diante da atual conjuntura socioeconômica. Roberto “Gogó” Malvezzi retrata a caminhada das CEBs diante dos desafios do semiárido. Lúcia Ribeiro aborda as relações de gênero na vida das comunidades. Sílvia Fernandesanalisa as CEBs diante dos desafios do pluralismo religioso. Por fim, Fernando Altemeyer Jr. aponta para o futuro das CEBs diante da cultura urbana.A quarta parte traz uma contribuição escrita a seis mãos por Nelito Dornelas, Pedro Ribeiro de Oliveira e Tereza Cavalcanti sobre o papel de um assessor e de uma assessora pastoral nas CEBs.Graças à Editora Paulus, esta publicação torna-se uma realidade. Esperamos que ela possa servir a todas as pessoas envolvidas na preparação e na animação do 13º Intereclesial de Juazeiro do Norte, em janeiro de 2014, quando então todas as CEBs se colocarão em romaria para celebrar a vida e a caminhada nos sertões do Padre Cícero. -
8º Encontro Nacional de Fé e Política
Caminhada dos Mártires
Por motivos de saúde não me foi permitido estar ai com todos vocês participando das vivências da fé e das reflexões sobre nossa realidade a partir do lugar do povo, iluminados pela mensagem libertadora de Jesus.
Mas deixo-lhes esta pequena mensagem:
Um povo e um movimento valem pelo sonho que alimentam e pelos esforços que fazem para pô-lo em prática. O sonho que vocês todos seguramente acalentaram nestes dias foi o de criar as condições para que todos, mas especialmente, os mais penalizados pela realidade social injusta, possam gozar de um “bem viver”.
Esse sonho é nosso, dos povos andinos e dos movimentos que querem um outro mundo possível e necessário. Esse “bem viver” não é a mesma coisa que o nosso “viver melhor”, falsa utopia da sociedade de consumo, segundo a qual para que alguns possam viver bem e melhor, milhares e milhões tem que viver mal e pior.
O “bem viver” supõe a integração de todos, não só dos humanos, mas de toda a comunidade de vida, dos animais, das florestas, dos lagos e das montanhas. Porque todos formamos a grande comunidade terrenal. Por isso reina equilíbrio dinâmico e harmonia entre homens e mulheres, entre marido e mulher, entre seres humanos e natureza e todos com Deus. O bem viver supõe uma economia do suficiente e decente para todos, sem concorrência que opõe as pessoas mas com cooperação que unifica a todos.Vivemos um momento crucial de nossa história em que o futuro comum está ameaçado pela excessiva ganância das elites opulentas, insensíveis e sem piedade face o destino da humanidade sofredora e da Terra crucificada. A civilização imperante não nos fornece nenhum sonho bom, somente pesadelos assustadores.Ou mudamos ou vamos ao encontro do pior. Nós que aqui estamos, somos daqueles que acreditam que podemos e devemos mudar, que está em nossas mãos lançar as sementes de um outro modo de habitar esse Planeta, com mais cuidado, amor, sinergia e sentimento de mútua pertença. A nós é dado carregar essa chama sagrada de esperança e não deixar que ela se apague sob a pressão daqueles que preferem a desgraça coletiva a perder seus privilégios e seus ganhos.Nossas dores não são estertores de quem está morrendo, mas são dores de quem está dando a luz a um novo mundo. O Movimento Fé e Política quer ser um dos parteiros do novo que quer nascer.Não estamos destinados a fracassar como espécie humana, assumida e eternizada pelo Verbo da Vida. Somos chamados a viver e a irradiar porque, como diz a Palavra da Revelação, contida no livro da Sabedoria: “Ao Senhor pertencem todos os seres. Ele ama a todos porque é o soberano amante da vida” (Sab 11,26).Seguidores do Deus amante da vida, carreguemos a esperança do futuro da vida e semeemos em todos os nossos caminhos sementes de vida, nova, alegre, solidária, fraterna e espiritual.Do irmão de caminhada, de tribulações, de fé de esperançaLeonardo Boff -
III Fórum Regional de Fé e Política
O Grupo Fé e Política de Macaé e Rio das Ostras realizou no dia 20 de agosto de 2011 o III Fórum Regional para refletir o tema do 8º Encontro Nacional de Fé e Política “Em busca da Sociedade do Bem-Viver”, que acontecerá em Embu das Artes, SP, de 29 a 30 de outubro de 2011.
O Fórum aconteceu na Quadra Esportiva da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, no centro de Rio das Ostras.Os 94 participantes vieram de oito municípios da região: Macaé, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Conceição de Macabú, Carapebus, Nova Friburgo, São Pedro da Aldeia e Cabo Frio. Contou ainda com a presença de vários pastores e padres da região que apóiam a proposta da fé contextualizada. A acolhida foi primorosa: crachá, camiseta, bolsa, caneta, caderneta de anotação, café da manhã e o ambiente decorado com os 25 postulados para entender o Bem-viver.
A mesa contou com a presença de Chico Alencar e Névio Fiorin que trouxeram para o contexto atual a proposta do Bem-Viver, que foi incluída na Constituição do Equador (2008) e da Bolívia (2009). Este país, resgatando princípios ancestrais, no ano passado promulgou a Lei da Mãe Terra, pela qual todas as formas de vida se tornam “sujeitos de direitos”. O Bem-Viver questiona de forma contundente nossa forma de entender o modelo ocidental de desenvolvimento. Houve trabalhos em grupos, plenário e fila do povo como forma de contemplar a diversidade de lutas e de lideranças presentes.
Em outro momento chamado Vivências, Arialdo, trouxe a experiência do MST, que ocupou uma fazenda no ano passado e hoje estão acampados em Rio das Ostras. O MST se fez presente no Fórum com dez pessoas. Também Danilo Funke partilhou a experiência de um mandato popular e os desafios da participação.
A espiritualidade também esteve presente. No início, a partir do Ofício das Comunidades, celebramos a riqueza da Pachamama, a Mãe Terra, através de seus quatro elementos: terra, água, fogo e ar. No final uma Ciranda da vida celebrou a comunhão e integração de todos os participantes.
Um cozido primoroso, preparado por uma equipe de voluntárias da comunidade local, deu o tempero ao excelente encontro que tivemos em Rio das Ostras.
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Seminário de formação de novos assessores de Comunidades Eclesiais de Base
Terminou neste domingo, 17, no Rio de Janeiro (RJ), o 1º Seminário Nacional para Assessores das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), promovido pelo Setor CEBs da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, em parceria com o Iser-Assessoria.
Entre as conclusões do encontro foi destaque a necessidade de uma formação sistemática para os assessores das CEBs nas grandes regiões do Brasil, a constituição de uma rede de assessores de CEBs, além de contribuições para a animação das CEBs no contexto das comemorações do cinqüentenário do Concílio Vaticano II e das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE).
Reunidos desde o dia 14, durante o Seminário os 30 assessores, representantes de 15 regionais, debateram as “CEBs diante dos desafios contemporâneos”. Para isso, a teóloga e professora da PUC-RJ, Eva Aparecida Resende, apresentou nos documentos do Magistério da Igreja (Concílio Vaticano II, Conferências do Celam e CNBB) os fundamentos teológicos para as Comunidades de Base.

O assessor do Setor CEBs da CNBB, professor Sérgio Coutinho, juntamente com a socióloga Solange Rodrigues, do Iser-Assessoria, problematizaram a questão da “Identidade e Diversidade das CEBs”. Eles enfatizaram seus elementos eclesiais estruturantes e a diversidade de suas experiências no Brasil. O professor Celso Carias da PUC-RJ e o professor Ivo Lesbaupin do Iser-Assessoria, apresentaram os desafios para as CEBs hoje na dimensão social, política e econômica, especialmente no Brasil. Além disso, os participantes assistiram ao vídeo do 7º Intereclesial das CEBs realizado na diocese de Duque de Caxias, em 1989.
No sábado, 16, o Seminário debateu outros desafios para as CEBs em sua dimensão cultural e religiosa. As sociólogas Lúcia Ribeiro (Iser-Assessoria) e Sílvia Fernandes (UFRRJ) trabalharam o papel da mulher e as relações gênero nas CEBs, como também toda a problemática relativa ao pluralismo religioso que afeta amplamente na sociedade atual. A parte da tarde foi dedicada ao papel e ao trabalho do assessor das CEBs. Para isso o padre Nelito Dornelas, da CNBB, ajudou com uma dinâmica a partir da pedagogia de Jesus descrita na narrativa dos discípulos de Emaús.
O último dia do seminário se iniciou com a celebração litúrgica do Domingo de Ramos, onde se fez memória dos mártires de muitas comunidades e se renovou o compromisso pela defesa da vida no planeta. Os participantes elaboraram suas sínteses individuais e discutiram em grupos os encaminhamentos para os próximos seminários.
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Assessores das CEBs discutem “Os desafios do mundo contemporâneo” em Seminário no Rio
Na Casa Assunção, no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro até domingo, 17, o 1º Seminário Nacional de Assessores e Assessoras das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). O evento reúne 30 assessores das CEBs, dos 15 Regionais da CNBB, desde ontem 14.
Com o tema “As CEBs frente aos desafios do mundo contemporâneo”, o Seminário é uma realização do Setor CEBs da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB em parceria com o Iser-Assessoria, entidade sediada no Rio de Janeiro e que promove pesquisas e assessorias nas áreas de religião, cidadania e democracia
.Outro objetivo do Seminário é promover uma formação mais sistematizada para aqueles que acompanham a caminhada das CEBs nos seus respectivos regionais; debater sobre a identidade das CEBs hoje e refletir os desafios que estão postos pelo mundo contemporâneo, tais como o mundo urbano, o mundo rural, a juventude, mudanças climáticas, os grandes projetos de infra-estrutura no país e as CEBs na vida da Igreja no Brasil a partir do documento 92 da CNBB.
O assessor do Setor CEBs, professor Sérgio Coutinho, destaca que este seminário vem de encontro a um momento novo, um verdadeiro tempo de graça [kairós] na Igreja da América Latina e Caribe. “A Conferência de Aparecida chamou a atenção para o seguinte: para que a Igreja seja toda missionária é necessária uma conversão pastoral e mudança de suas estruturas, saindo de uma pastoral de manutenção para uma pastoral verdadeiramente missionária. Daí, ela chama a atenção para uma Igreja que seja comunidade, melhor, rede de comunidades”, explicou o assessor.
Ainda segundo Coutinho, as CEBs compreenderam muito bem isso com a realização do 12º Intereclesial, realizado em Porto Velho (RO), em julho de 2009, quando trabalhou o tema da ecologia e da missão, e este evento teve repercussão direta na última Assembleia Geral da CNBB, quando as CEBs foram tema prioritário. O resultado foi a publicação do documento 92 “Mensagem ao Povo de Deus sobre as CEBs”.
Para Lenir Assis, da diocese de Londrina e assessora do Regional Sul 2 (Paraná), “este seminário vem em um momento providencial porque a caminhada das CEBs no Brasil precisa ainda ser mais aprimorada, procurando compreender os novos momentos que vivemos, sem deixar de fazer memória, de resgatar a nossa história, principalmente para aqueles mais novos, que estão chegando agora nesta missão de assessor e assessora de CEBs”.
Ao longo destes dias, os participantes trabalharão as CEBs nos documentos da Igreja (do Vaticano II a Aparecida e nos documentos da CNBB); a identidade e a diversidade das CEBs; os desafios contemporâneos nos campos sócio-político, cultural e religioso; e o papel dos assessores nas CEBs.
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CEBs criarão escola à distância para formação bíblica e teológica
Sáb, 09 de Abril de 2011 14:27 por: cnbb
A criação de uma escola à distância para formação bíblica e teológica para as CEBs foi uma das decisões tomadas pelos participantes do 9º Encontro Intercontinental de Articuladores das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), que terminou neste sábado, 9, no Chile. A escola terá o nome do arcebispo de El Salvador, assassinado em 1980, Oscar Arnulfo Romero.
O encontro reuniu, desde 31 de março, assessores e assessoras das CEBs dos quatro continentes. Do Brasil participaram oito pessoas, representando a CNBB, a Equipe Ampliada das CEBs e a articulação do Cone Sul das CEBs.
A Escola Oscar Arnulfo Romero começará a funcionar em janeiro do próximo ano e se estenderá até dezembro de 2014. Serão abertas vagas para 40 alunos.
“A escola busca responder a uma das principais urgências, que é a qualificação de animadores e animadoras das CEBs”, explica o assessor do Mutirão para a Superação da Fome e da Miséria, da CNBB, padre Nelito Dornelas, membro da Equipe Ampliada das CEBs.
Além da Escola, as CEBs promoverão também, em parceria com o Instituto Teológico de Pastoral Latino-americano do CELAM (ITEPAL), um curso sobre os desafios que as Comunidades de Base enfrentam no contexto social e eclesial. O curso será em Bogotá, na Colômbia, nos dias 5 a 25 de setembro deste ano.
Os articuladores das CEBs decidiram ainda dar continuidade ao processo de fortalecimento das CEBs na América Latina e Caribe e realizar o 9º Encontro Latino-americano de CEBs, na cidade de São Pedro Sula, em Honduras. O evento será de 16 a 22 de junho de 2012, com vagas para 200 participantes.
Padre Nelito destacou a reunião no Chile como momento forte de “oração, reflexão, estudo, convivência fraterna, partilha de experiências”. “Foram dez dias de profunda atenção aos sinais dos tempos que o Espírito vem suscitando na Igreja nos últimos cinquenta anos, impulsionados pelo Concílio Vaticano II, a Conferência de Medellín e os planos de pastoral em cada continente”, conta o padre.
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II Fórum de Fé e Política de Macaé
No dia 12 de junho de 2010 aconteceu em Macaé, RJ, o II Fórum de Fé e Política, no colégio estadual Télio Barreto, onde o ambiente estava preparado e enfeitado. O tema escolhido foi “Espiritualidade, ética e participação na construção da vida”.
O acolhimento foi destaque. No credenciamento, os 80 participantes receberam camiseta e bolsa personalizada. A seguir, foi oferecido um precioso café da manhã.
Iniciamos as atividades com cantos e a mística. Pastor Salvador motivou o início do encontro trazendo a memória de Amós, o profeta dos excluídos. Amós era uma pessoa simples, chegava a ser rude. Só que trazia uma mensagem forte. Suas palavras eram graves, cortantes. Por isso seu “ministério” foi bastante curto.
O tema do livro de Amós é a justiça social. Amós profere sua mensagem no tempo do rei Jeroboão que tinha colocado em prática uma política expansionista muito bem sucedida. Seu êxito econômico e político excluía o povo pobre.
Também nós somos uma nação rica, com um povo pobre, levado no cabresto. Amós denuncia muitas coisas. Seu conceito de justiça é diferente daquele que aprendemos nas escolas. Para Amós justiça não é “dar a cada um o que é seu”. Amós entende que Justiça é “dar a cada um o necessário” para uma vida digna.
Somos um país com tantos Códigos, Estatutos e instrumentos legais diversos. Mas será que o direito, neste Estado de Direito, é o direito de todas as pessoas?
Amós critica Amasias que se parece muito com a classe sacerdotal atual, pastores e padres. Desculpem-me se falo assim, generalizando. Vivemos num país de católicos e evangélicos. Todo dia tem missa e culto, padres e pastores pregando na TV. E são tantos os bispos, pastores, pregadores, mas onde está a voz profética de Amós nos nossos dias?
Num segundo momento, houve a dinâmica do feijão. Cada participando recebeu um feijão estilizado, com o nome de um mártir das lutas populares da América Latina. Da dinâmica os participantes foram para o trabalho em grupos. Cada grupo recebeu um texto motivador e tinha uma pessoa para assessorar. Eram quatro grupos:
1. Espiritualidade no Cuidar da vida
2. Eleições e Ética na Política
3. Participação e Acompanhamento
4. A questão da terra e PlebiscitoDepois do plenário, no momento chamado “digerindo idéias”, Névio destacou alguns pontos.
O trabalho de reflexão e partilha em grupos é muito importante. Ali nos encontramos com diversas pessoas para conversar e trocar experiências. Descobrimos que não estamos sozinhos na luta. Muita gente boa caminhando conosco. É importante ter presente que as grandes transformações são semeadas de grão em grão, como o feijão que vocês trouxeram para a discussão deste Fórum.
Temos muitas lutas e atividades acontecendo no país. Não podemos ficar de fora: Eleições, Ficha Limpa, Plebiscito Popular e tantas outras coisas acontecendo.
Diversos organismos da CNBB publicaram a Cartilha Eleições 2010, o chão e o horizonte. O chão que pisamos e a realidade que vivemos. O horizonte que miramos e o Brasil que queremos. É bom termos presente que numa eleição federal, não escolhemos apenas nomes para os cargos vagos. Pelo voto apontamos o projeto de país que queremos construir. Nosso desafio é levar essa reflexão para as bases.
O tema escolhido para o Fórum indica que nos movemos a partir da espiritualidade. Como Igreja, aprendemos com os pobres que Deus também teve um sonho. De seu sonho surgiu a criação, descrita como um jardim. Nós hoje precisamos aprender que o “jardineiro não é maior que o jardim”. No sonho de Deus o jardim é um lugar para todos. Como cristãos, somos portadores do sonho de Deus. Precisamos desenvolver uma espiritualidade ecológica, profética, como Amós.
Este Fórum, na fala dos grupos, nos pede que caminhemos, fazendo cada município o seu caminho.
Na Fila do Povo, que se seguiu, foram destacados diversos assuntos, sobretudo a política do royalties do petróleo. Algumas atividades foram lembradas:
Quarta Cidadã – toda última quarta-feira de cada mês, 19h, na Segunda Igreja Batista, Cajueiros, Macaé, pastor Daniel faz um trabalho bíblico voltado para a construção da cidadania.
Projeto Promovendo a Vida – A paróquia S. Paulo Apóstolo, Macaé, está implantando um projeto como alternativa de renda e inclusão. As bolsas do Fórum foram feitas por esse projeto.
Ato comemorativo do Ficha Limpa – o Fé e Política de Macaé vai dar um destaque público à aprovação do projeto popular. Será dia 23 de junho a partir das 18h.
Plebiscito Popular sobre o Limite da Propriedade da Terra na semana de 01 a 07 de setembro – terminando com o Grito dos Excluídos.
Caravana da Juventude – Nos dias 19 e 20 junho, reunião diversos grupos de jovens para o Lançamento da Caravana, com diversas atividades: bandas, músicas, shows, debates. O objetivo é construir um plano de juventude, tendo em vista a criação do Conselho Municipal de Juventude de Macaé.
No final do evento foi destacado o compromisso. Cada um falou onde deve ser plantada a semente que todos receberam. Começamos o encontro com Amós e terminamos com outro profeta, Isaías 65, 17-25 – “Eu vou criar um novo céu e uma nova terra”. Este momento terminou com a saudação “que Deus possa firmar estes nossos propósitos. Amém”.
O encontro terminou às 13 horas com uma feijoada e a música de um conjunto de chorinho. O Fórum foi animador! Névio registrou.
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Encontro do Movimento Fé e Cidadania de Campos
Nos dias 29 e 30 de maio de 2010 foi realizado em Campos, RJ, no Colégio João Paulo II das irmãs Missionárias de São José, o Encontro do Movimento Fé e Cidadania, com a participação de 25 pessoas. O número de pessoas inscritas era bem maior, mas muitas não puderam comparecer por causa de outras atividades que aconteceram nessa mesma data. O tema Cidadania e Economias foi escolhido para dar continuidade ao tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica.
Reunidos em torno de um altar preparado no chão, que trazia a recordação da luta pela Reforma Agrária, contra o trabalho escravo, a Rede Fitovida de agroecologia e saúde alternativa, celebramos o encontro de Elias com a viúva de Sarepta, como sinal de uma nova economia que haveremos de construir.
O Encontro serviu também para incluir a cidade de Campos na Rede de Fé e Política do estado do Rio de Janeiro. Para este ano, estão previstos mais dois encontros de formação: Cidadania e Políticas Públicas; O Papel do Leigo na Igreja.
O Movimento Fé e Cidadania surgiu em Campos a cerca de dois anos e vem aos poucos se consolidando, com o apoio do padre José Carlos, redentorista do Santuário e de Juvenal Rocha, da CPT do estado do Rio de Janeiro, que tem um pólo de atuação no município.
Por ocasião do Plebiscito pela reestatização da companhia Vale do Rio Doce, o padre, no final da missa, lançou uma convocação para que os fiéis apoiassem a iniciativa e pediu que algumas pessoas se dispusessem a cuidar da mesa de coleta de assinaturas. Um por um os fiéis se foram embora, deixando o padre sozinho com as folhas de assinatura na mão. O padre concluiu que a culpa não era dos fíéis, mas da Igreja. E a partir daquele episódio começou a articular um grupo de pessoas que depois passou a se chamar Movimento Fé e Cidadania. Iniciaram fazendo diversos encontros de formação bíblica, apoiados por Maria Felisbela, do Cebi-RJ e do Curso do Rio. A organização do Grito dos Excluídos foi a principal atividade desenvolvida no ano passado. Neste ano pretendem organizá-lo novamente.
O Movimento tem três grandes desafios. Há alguns anos atrás, a cidade contava com três sindicatos bastante ativos, petroleiros, bancários e professores, que davam um suporte às demais lutas sociais na cidade. A desmobilização desses sindicatos, para não prejudicar a governabilidade, e a ascensão da família Garotinho na política local – com restaurantes e passagem urbana a um real, subvencionados pelos royalties do petróleo – criam um quadro bastante difícil para a ação política e cidadã.
O Movimento se apóia na militância católica. Mas a linha pastoral da Igreja católica local, com dois bispos, é bastante indefinida. Campos é sede nacional da Igreja tradicionalista do bispo dom Antonio de Castro Mayer (1949-1981) que segue o rito antigo, como os lefevrianos, com forte influência nas elites locais. Frente a essa Igreja, a diocese local tem pouco espaço de manobra.
No campo, onde predomina o latifúndio voltado para a produção de açúcar de cana e nas novas áreas urbanas da indústria do petróleo, o desafio do trabalho escravo é muito grande. Em 2009 o município foi recorde em libertação de trabalhadores submetidos a trabalho degradante.
Diante desse quadro, a emergência de uma articulação de pessoas para colocar a fé a serviço da cidadania, é uma boa-notícia. O grupo está animado. -
Seminário do Iser Assessoria debate a vitalidade das CEBs
*[Publicado no site da CNBB – Sex, 09 de Abril de 2010 17:34]
http://www.cnbb.org.br/seminario-debate-a-vitalidade-de-cebs-na-igreja-do-brasil/
Aconteceu em Petrópolis (RJ), entre os dias 8 e 9, na Vila Santo Inácio, um seminário de estudos sobre a presença das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) na Igreja do Brasil. A vitalidade das CEBs na Igreja foi o principal objetivo do seminário.
Para o responsável pelo setor de Pastoral do ISER Assessoria e um dos coordenadores do evento, Francisco Orofino, o seminário tinha dois objetivos básicos. O primeiro era fazer uma reflexão sobre o atual momento das CEBs, produzindo algum subsídio em vista da próxima Assembléia Geral da CNBB, que acontece entre os dias 4 e 10 e maio, na qual as CEBs serão tema prioritário. Em segundo lugar, a Conferência de Aparecida trouxe novamente as Comunidades de Base para a pauta do dia da Igreja no Brasil e da América Latina. “Este seminário procura dar uma resposta a este desafio, repensando e propondo as CEBs como ‘Igreja na Base”’, disse Orofino.
O primeiro dia dedicado aos “cenários” das CEBs no Brasil. Foi apontada a mudança de horizonte cultural: “Se no passado as CEBs tinham uma preocupação eminentemente de militância política, hoje as CEBs precisam caminhar no enfrentamento de uma cultura dominante neoliberal, individualista, consumista, em um contexto sócio-político-econômico muito diferente do início das CEBs”, foi frisado durante o Seminário.
Para o bispo de Valença (RJ) e responsável das CEBs do Regional Leste 1 da CNBB (Rio de Janeiro) dom Elias Manning, foi feliz a escolha pelo Conselho Permanente da CNBB das CEBs como tema prioritário da próxima Assembleia, porque o próprio Jesus quis iniciar sua missão formando uma “comunidade de base” com os seus 12 apóstolos. “Nós precisamos valorizar as experiências das comunidades de base, das pequenas comunidades, porque nas grandes paróquias não há conhecimento mútuo entre os fiéis. As pessoas se sentam uma ao lado da outra, mas não se conhecem e, assim, fica difícil viver o Evangelho”.
De acordo com o bispo, ao trazer este tema para a Assembleia, a CNBB retoma a autêntica vivência cristã. “Não é novidade nenhuma de que esta experiência vem desde o tempo de Jesus”. Para ele, a importância deste seminário está no fato de debater a realidade das CEBs e mostrar que elas não acabaram, mas que mudaram seu feitio. “Não é caso de morte, mas uma adaptação para este época, para novas realidades”, afirmou dom Elias.
No segundo dia foram discutidas as perspectivas das CEBs onde se percebe que, antes de qualquer coisa, a “Igreja é comunidade” e que muitas outras experiências estão surgindo no Brasil dando um novo rosto a elas.
O ISER Assessoria pretende dar outros passos após este Seminário: a produção de um relatório deste seminário e a continuação de um programa de pesquisas sobre a presença das CEBs na Igreja do Brasil.
O seminário contou com a presença do bispo de Valença e responsável pelas CEBs no regional Leste 1, dom Elias Manning; do assessor do Setor CEBs da CNBB, professor Sérgio Coutinho; e de mais outras 20 pessoas, entre elas, membros da Ampliada Nacional das CEBs, dos assessores nacionais: professora Tereza Cavalcanti e padre Benedito Ferraro, além de outros assessores que acompanham há muitos anos a caminhada das CEBs no Brasil.

