O país africano, que foi notícia por duas vezes recentemente por causa dos ciclones Idai e Kenneth, terá Eleições Gerais neste ano, no dia 15 de outubro. O país está realizando um recenseamento dos eleitores. Já se prevê que as Províncias dominadas pela Frelimo, partido que governa o país há 43 anos, vão ganhar alguns deputados extras, por conta desse processo.
O recenseamento continua a decorrer até 30 de Maio e a justiça eleitoral prevê recensear 6 milhões de eleitores, além das 6.8 milhões de pessoas que foram recenseadas no ano passado para as eleições locais.
O total previsto é de 12.9 milhões de eleitores, equivale a 91% da população adulta (ou que completem 18 anos até à data das eleições).
Gaza e Cabo Delgado, zonas da Frelimo, são províncias que já registram mais eleitores do que estava previsto e isso vai permitir que elejam mais 12 deputados para a Assembleia da República. Gaza deverá ter mais 10 deputados e Cabo Delgado mais 2. Em Gaza, particularmente, os partidos da oposição nunca conseguiram eleger algum deputado para a Assembleia da República.
A estimativa do número de eleitores em idade adulta em cada província e distrito teve como base os dados do censo de 2017. Entretanto a estimativa de eleitores inscritos tanto em Gaza (108%) como em Cabo Delgado (104%) superam os números de eleitores que o Censo de 2017 previa para aquelas províncias. Estas foram as duas províncias onde, em 2014, a Frelimo venceu com maioria mais elevada.
Oposição denuncia irregularidades em Sofala e fala de sabotagem da Frelimo. O recenseamento eleitoral está marcado por ameaças aos fiscais da oposição, inscrição de eleitores inexistentes nos cadernos eleitorais, avarias premeditadas dos equipamentos, segundo a oposição em Sofala.
“Há muita gente com vontade de recensear, mas não pode porque há problemas de máquinas, falta de toner, painéis solares e baterias”, disse o porta-voz da Bancada da Renamo na Assembleia Provincial de Sofala, Sebastião Mortal. “Há distritos onde não temos fiscais porque
estes estão com medo”, disse por sua vez a portavoz do MDM na Assembleia Provincial de Sofala,Rosalina Macate, que fala de intimidações aos seus fiscais. A Renamo acusa o partido no poder de estar alegadamente a inviabilizar o recenseamento naquela província que é historicamente sua zona de influência. “A Frelimo nunca ganhou nesta província desde as primeiras eleições, julgamos que este partido já está a começar com manobras”, disse Mortal.
Resta a dúvida: No final da apuração dos votos qual dos ciclones terá sido pior?
Informações obtida do Boletim sobre o Processo Político em Moçambique, publicado por CIP, Centro de Integridade Pública, em https://macua.blogs.com/files/eleicoes_gerais_26_21-05-19.pdf