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CNBB emite nota pelo falecimento de Luiz Alberto Gómez de Souza

MORRE, EM JUIZ DE FORA (MG), O PROFESSOR LUIZ ALBERTO GÓMEZ DE SOUZA, REFERÊNCIA NA IGREJA DO BRASIL

Luiz Alberto Gómez e Souza faleceu na madrugada desta quarta-feira, dia 30 de dezembro, em Juiz de Fora (MG), em decorrência de um câncer linfático. Ele está sendo velado em casa e seu corpo será cremado.

Casado desde 1959 com Lúcia Ribeiro, Luiz Alberto deixa uma filha, dois filhos, cinco netos e uma neta. Nascido em Lavras do Sul (RS) em 1935, era bacharel em Direito pela PUC-RS, mestre em Ciência Política pela Escola Latino-Americana de Ciência Política e Administração Pública (ELACP), de Santiago do Chile, e doutor em Sociologia pela Universidade de Paris III Sorbonne Nouvelle, com a tese “Os estudantes católicos e a política”. Em 2018 recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Teologia, pela FAJE, de Belo Horizonte, por sua relevante contribuição no campo do Cristianismo.

Sua vida foi por ele definida como de um “andarilho entre duas fidelidades: religião e sociedade”, título de seu livro de memórias, publicado em 2015. Sua fidelidade à Igreja concretizou-se desde a juventude. Foi dirigente nacional da Juventude Universitária Católica (1956-1958), Secretário-geral da Juventude Estudantil Católica Internacional, em Paris (1959-1961), assessor de Dom Hélder Câmara durante do Concílio Vaticano II, assessor do ministro da Educação Paulo de Tarso dos Santos (1963), assessor de movimentos sociais, pastorais, CEBs e da CNBB, professor na ELACP, em Santiago do Chile (1968-1969), professor na UFRJ, UERJ, PUC-Rio e IUPERJ (1978-1997), assessor do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBRADES), professor visitante e assessor em vários países da América Latina e nos EUA (1966-1997). Foi também funcionário da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL-ONU), em Santiago do Chile e no México (1969-1977), diretor do Escritório da América Latina e do Caribe no Departamento de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) (1982-1985), diretor executivo do Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (CERIS) (1997-2005). Sua militância na sociedade levou-o ao exílio.

Luiz Alberto percorreu o Brasil dando cursos de formação a agentes de pastoral, geralmente fazendo dupla com o Padre J. B. Libânio. Sempre convidado a dar cursos e palestras, Luiz Alberto tornou-se bem conhecido e muito respeitado na Igreja e no campo ecumênico. Sua última atividade nesse campo foi como diretor do CERIS (Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais).

Atualmente dirigia o Programa de Estudos Avançados em Ciência e Religião da Universidade Cândido Mendes. Era autor de mais de uma centena de artigos em diversas línguas sobre educação, Igreja e sociedade, política, ciência e religião, e de vários livros.

Inúmeras vezes prestou assessorias à CNBB, ajudando-a a caminhar nos caminhos da profecia e da fidelidade ao Evangelho. A CNBB manifesta aos familiares e aos inúmeros amigos de Luiz Alberto o seu mais profundo pesar, na certeza da vida plena, agora vivida por ele, junto a Deus, a quem serviu e amou.

Veja, aqui, a nota de pesar da CNBB pelo falecimento do professor Luiz Alberto Gomes de Souza ou leia o texto abaixo:

 

Nota de pesar pelo falecimento do prof. Luiz Alberto Gomes de Souza

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifesta seu pesar pelo falecimento do sociólogo Luiz Alberto Gomes de Souza, ocorrido hoje, 30 de dezembro de 2020, em Juiz de Fora, MG.

Gaúcho, nascido em 19/12/1935, deixa o legado de uma vida marcada pelo diálogo entre a fé e o compromisso social, utilizando-se para tanto de seu profundo conhecimento na área das ciências sociais, aliado à firme consciência do laicato como sujeito eclesial.

Com vasta e conhecida biografia, testemunhou que, “como cristãos, somos chamados a viver como discípulos de Jesus Cristo em nosso dia a dia. A partir da sua vocação específica os cristãos leigos e leigas vivem o seguimento de Jesus na família, na comunidade eclesial, no trabalho profissional, na multiforme participação na sociedade civil, colaborando assim na construção de uma sociedade justa, solidária e pacífica, que seja sinal do Reino de Deus inaugurado por Jesus de Nazaré”. (CNBB, Doc. 105, n. 11)

A CNBB se solidariza com a família e os amigos mais próximos do Prof. Luiz Alberto e pede a Deus que o laicato brasileiro se consolide cada vez mais no serviço à paz, à justiça, ao bem comum e à democracia.

Brasília, DF, 30 de dezembro de 2020

D. Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte, MG
Presidente

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