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A Amazônia precisa de uma economia do conhecimento da natureza – Ricardo Abramovay – Parte 2

©Marizilda Cruppe / Greenpeace

Apresentação por Ivo Lesbaupin:
Os últimos dias mostraram o quanto a Amazônia está em risco de ser destruída em sua biodiversidade, florestas, pessoas e animais. O governo vem incentivando a mineração e o desmatamento, reduzindo a fiscalização, deixando livres os criminosos ambientais para promoverem as queimadas que desejarem. Felizmente, o grau do desastre a que chegamos provocou uma forte reação nacional e internacional, mobilizando-se a sociedade civil, governos, mídia internacional, lideranças políticas e do mundo artístico.

A Amazônia está no centro do debate sobre a crise ambiental, não apenas para o nosso país, mas para todo o mundo. O estudo aqui publicado, apoiado nas pesquisas mais recentes sobre a região, oferece dados e análises preciosos para interrompermos a “economia de destruição da natureza” e possibilitarmos a emergência de uma “economia do conhecimento da natureza”.

O estudo mostra, entre outras coisas, que, até 1960, apenas 1% do território da Amazônia havia sido desmatado, e hoje são 20%. Entre 2004 e 2012 houve significativa redução do desmatamento, mas, depois, voltou a crescer. Em 2016, o Brasil foi o sétimo emissor mundial de gases de efeito estufa: deste total, 51% foram causados pelo desmatamento. Nos últimos meses, tem havido um verdadeiro descontrole por parte do governo em favor de um processo que corre o risco de levar à savanização e desertificação da Amazônia.

É possível, demonstra o autor, com apoio em práticas que já ocorrem na Amazônia, mudar a situação, reverter o quadro negativo, valorizar a experiência e a vida dos povos tradicionais, combinar a sua cultura com os avanços da ciência e da tecnologia, apoiar e ampliar as unidades de conservação. Dando o devido valor à maior área de biodiversidade do Planeta, o Brasil tem condições de oferecer uma contribuição global fundamental na luta contra as mudanças climáticas.

Esperemos que este trabalho ajude a tomar consciência da gravidade da situação em que nos encontramos, com riscos tanto para o Brasil como para o mundo e enveredemos com urgência na mudança de rumo de que necessitamos.

O site Outras Palavras – parceiro do projeto Novos Paradigmas – está publicando 5 partes do livro de Ricardo Abramovay. Acesse aqui a segunda parte do estudo:

Parte 2 – Amazônia: por que o desmatamento zero é viável

 

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